

Minha travessia...
Cresci cercada por histórias. Histórias cantadas no maracatu, pulsadas no coco de roda, ecoadas nos sambas de roda. Histórias de resistência e ancestralidade, de mulheres e de pessoas que aprenderam a encontrar seu caminho mesmo quando o mundo dizia que ele não existia. Foi assim que, ainda menina, entendi que escutar o outro era mais do que apenas ouvir: era acolher, sentir e dar espaço para que a própria voz pudesse emergir.
Mais sobre mim...
Primeira mulher da minha geração a conquistar um diploma, eu não cheguei até ali sozinha. Caminhei com minha ancestralidade, com as que vieram antes e com as que ainda viriam. Escolhi a Psicologia como quem escolhe um tambor para tocar no cortejo da vida, sabendo que cada batida teria impacto. Especializei-me em escuta qualificada de gênero, compreendendo que cada história precisa ser lida através dos marcadores sociais: gênero, orientação sexual, classe, raça. Cada um deles influencia profundamente a experiência humana e a saúde mental, e ignorá-los seria ignorar as tempestades internas que tantas pessoas carregam.
Meu olhar terapêutico é moldado pela Fenomenologia Existencial, onde não há respostas prontas, apenas perguntas que ajudam a desvelar a própria essência. Inspirada pela Abordagem Centrada na Pessoa e pelo existencialismo de Jean-Paul Sartre, acredito que cada um é responsável por sua liberdade, construindo seu sentido de maneira singular, por meio da relação terapêutica.
Mas também trago comigo um toque poético, bebendo da fonte de Clarice Lispector. “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome”, escreveu Clarice. E eu sei que, na terapia, muitas vezes o primeiro passo é nomear o que não tem nome.
Ao longo dos anos, especializei-me na saúde mental da mulher e das pessoas LGBTQIA+, trabalhando com as implicações da maternidade, a síndrome de burnout, transtornos de ansiedade e depressão, transtornos afetivos e, principalmente, no acolhimento de pessoas vítimas de violências de gênero.
Compreendi que o sofrimento psíquico não é apenas uma questão individual, mas também coletiva, atravessada por um sistema que oprime e silencia. Meu compromisso é dar visibilidade a essas dores e transformar o silêncio em voz.
Hoje, como psicóloga e viajante digital, atendo online, acolhendo histórias e oferecendo espaço para que cada pessoa encontre seu próprio ritmo, seu próprio compasso e volte a reconhecer a força das suas asas.
Trabalho com atendimento psicoterapêutico individual, acolhimento emocional em situações de emergência ou não, e orientação psicológica para "brasileires" que moram no Brasil e também no exterior e que precisam de suporte.
No fluxo de um espiral, vou lutando contra todo tipo de violência e opressão, por onde eu passo. De forma verbal, na clínica psicológica e de forma não verbal, por meio da dança e do toque do tambor.
A visão integrada corpo-mente-espírito, torna menos ameaçador o
não-controle do ambiente externo e sugere a ancoragem e
confiança em algo maior - a fé na espiritualidade - como fonte de
sustentação para a autoconfiança.
A cura está no movimento. No vento que traz a mudança.
Vamos voar juntas?